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Michael is in the air!

junho 27, 2009

Semana agitada essa, não?

Abomino um clichê, mas é impossível passar batido (mesmo com o coração sentindo a perda de uma avó emprestada!) à morte de Michael Jackson.

michael

Quando li os comentários dos amigos no Facebook corri até a primeira página da Uol para ter certeza. Li no NYT, mas a vinheta do Jornal Nacional noticiava que ainda não era certa a notícia. Daí eu até respirei.

Mas uma profusão de vídeos do astro era linkada a todo instante no site de relacionamentos. Pessoas inconformadas com a brutalidade do fato. Confesso uma certa irritação. Afinal, MJ quase nunca era citado por lá. Bastou morrer para virar santo? _eu pensei…

Daí é que me enganei. Um mito nunca morre! E Michael Jackson fez parte da adolescência e descoberta de muitas pessoas, inclusive da minha. Nasci um ano depois de seu maior sucesso de vendas, Thriller, ser lançado e me recordo de quando meu irmão colocava o video e/ou o disco para tocar e eu corria de medo daqueles zumbis.

thriller

Vivi uma adolescência regada a Spice Girls, No Doubt, Aerosmith, Bon Jovi, Titãs Acústico MTV, muito Jagged Little Pill de Alanis e Malandragem de Cássia Eller. De Madonna eu ouvia só os clássicos, mas gastava fortunas com revistas importadas quando ela era a capa; meu vídeo preferido até hoje é The power of goodbye, que nem é tão classuda assim, mas… Depois desse, a musa, para mim, não tem mais a mesma importância… mas isso é assunto para outro post!

Michael Jackson nunca foi motivo de comentário algum de minha parte. E não porque eu não gostasse dele. Sempre fui tão ligado à música brasileira que numa fase de vício da Mtv eu mudava de canal quando qualquer foreign sound começava. Mas algumas coisas, ainda assim, eram eternas. Caso da imagem de MJ cantando Black or white.

Amava quando começava o clipe e eu aumentava a Tv até o último volume para dançar com ele. Era tão intensa a minha dança que em pouco menos de 5 minutos eu estava todo suado e cansado… porém, com o espírito evoluído e atingindo um grau de malemolência que nem quando eu frequentava baladas até as sete da manhã eu conseguia…

Michael se foi. Fez, sim, coisas inacreditáveis. Mas eu hoje prefiro lembrar daquele cara negro, de calças pretas com meia branca, que dançava muito e que, certamente, nunca mais vai alegrar multidões!

michael_jackson_1

Que sua dança alegre os céus e que sua música seja sempre uma lembrança boa no coração de seus fãs.

por Daniel Amarhal
Foto: divulgação!
Fonte/vídeo: Youtube

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SPFW: O importante é que emoções eu vivi!

junho 25, 2009

Não dá, tentei de todas as maneiras me ausentar da moda. Fugir pela tangente de um assunto que permeia a minha veia todo santo dia.
Confesso que fico triste, doente mesmo, quando um evento está acontecendo e eu não o acompanho. E não é diferente com o São Paulo Fashion Week.

André Lima

Lembro-me que as minhas primeiras passadas dentro da Bienal, onde acontece o evento, foram leves; era como se eu quisesse respirar cada segundo de moda naquele ambiente e sugar para meu cérebro todas as informações. Eu pagava micos homéricos (já dei presente para a Costanza e até escrevi uma cartinha para o Marcelo Sommer!!!) e nem me dava conta de que fazia papel de idiota.

Gloria Coelho

Mas o tempo, claro, passou. Ainda cumprimento algumas pessoas, faço tietagem com quem merece (Vitor Angelo, por exemplo!) e sorrio displicentemente para poucos (Patricia Cazé e Manu Carvalho são poços de educação!).

Daí que minhas unhas estavam prestes a sumir quando decidi visitar a 27ª edição do evento mais badalado da moda brasileira. Acompanhei todos os desfiles, vi todos os videos pela internet e me corroía por dentro, querendo estar lá respirando o mesmo ar que o Gil França e a Paula Reboredo (críticas sensatas de todos os desfiles, sem palpites exagerados, para o site de Erika Palomino).

V.Rom

Cheguei tímido no sábado e fui assistir Erika Ikezili. Do ponto de vista de um lojista eu olhava cada look e já imaginava uma vitrine, uma cliente da loja uÓ do borogodÓ (Multimarcas santista que vende as peças da estilista!) vestida com aqueles plissados, vestidos-origamis já tão famosos nas coleções de Erika. 

Erika Ikezili
Tendo em vista o olhar crítico de quem lê sobre moda desde os 13 anos (tenho 25!) eu repenso cada detalhe do desfile apresentado ao som do Yeah Yeah Yeahs, uma música classuda, diga-se. Bailarinas eram o tema da coleção e estas trajavam tecidos leves, golas plissadas e recortes muito bem pensados, mas que cansam as vistas de quem tem sede de novidades.

Erika Ikezili é profundamente ligada às suas raízes nipônicas e isso é visto a olho nu em suas peças. Mas daí transformar isso em ponto de partida para todas as coleções pesa um pouco. Claro que a estilista não pode de uma hora para outra trocar confetes por serpentina e querer, de repente, fazer malharia. Sua roupa tem a cara de sua cliente, mulheres antenadas. Mas, sei lá, anseio uma novidade que pode estar guardada na manga.
Desfile acabado, passeio rápido pela Bienal. Deixo as compras para o domingo.

Erika

Passada a sede de estar no Ibirapuera eu volto para o showroom da Dhuo. Fui trabalhar… buscar inspirações para textos que vão vir logo.

O domingo chega e a Bienal está mais cheia. Dia de Cavalera, Neon, Ronaldo Fraga. Acompanho uma amiga e apresento o mundo da moda à uma outra que escolheu o assunto como trabalho de conclusão de curso na faculdade de arquitetura. Curvas de Niemeyer e bordados de Lino Villaventura se dão as mãos.

Compro a revista Mag! e me deixo influenciar por cada foto, por cada editorial que dessa vez vem em DVD para assistirmos na TV; luxo dos luxos que chega a prender o ar.
Na pop-up store do evento são as obras do artista Mozart Fernandes que me enchem os olhos. Dá vontade de levar todos os seus trabalhos em carvão para casa. Sem contar que dá vontade de ficar horas e horas conversando com ele e sua escudeira fiel Monica. Dois artistas, dois seres lindos, duas almas iluminadas.

mozart fernandesEspaço Vértices na Pop Up Store, com obras de Mozart Fernandes
Foto: divulgação!

“Mas e os desfiles? O que você achou”? _  pergunta uma amiga.

Gostei de algumas coisas, me emocionei com outras e tenho receio de comentar sobre vários. Reinaldo Lourenço foi lindo. Osklen empolgou e Gloria encantou! Usei o Facebook durante os três primeiros dias e alfinetava sempre alguma coisa, caso do desfile desnecessário da Cia. Marítima e a nova coleção da Forum (sem) Tufi Duek que ainda guarda o ar do estilista. Já a Colcci dessa vez injetou um certo desejo, mas eu não gosto do jeans do final e nem da imagem de Gisele com faixa na cabeça.

Reinaldo Lourenço

Maria Bonita fez, sim, um desfile bonito. Mas, contrário a Gloria Kalil, acho o xadrez desnecessário no verão da marca. Quanto à Huis Clos, acho que se tivesse desfilado antes do feminino de Alexandre eu não teria visto as mesmas referências. Aliás, Herchcovitch deu banho de inovação e voltou a ser aquele estilista de que tanto gosto e trabalha o látex como ninguém. É claro que todo mundo que assistiu ao mise-en-scène ficou bestificado com a coleção e a trilha sonora que causava arrepios, mas que tinha um quê de Dolce & Gabbana, tinha!!!

Alexandre

Mas como o importante é que emoções eu vivi destaco o lindo desfile franco-cubano de Samuel Cirnansck. Teatral sem pesar, o nosso Galliano brasileiro trouxe o universo de Aleida Averhoff de la Riva para a passarela e misturou Edith Piaf e Marina de la Riva numa trilha de cortar os pulsos, obra de Jackson Araújo.

Marina de la Riva para Samuel Cirnansck

Assistindo ao desfile, custei a perceber que a própria Marina deslizava na passarela com um vestido curto e esvoaçante com estampa pincelada. Não sei se foi a emoção de ver minha musa ou Ne me quite pas rolando, mas me causou tanta emoção que até a fala eu perdi!

Samuel

Samuel pode ser tachado de cafona por fazer noivas e mostrá-las na passarela. Mas é um estilista que tem potencial criativo e sabe como transformar desejo em realidade. Depois de assistí-lo nem percebi as roupas de André Lima, ainda mais quando a voz de Bethânia me teletransportou para meu universo particular, onde só o que é arte salva. Fazer o quê? “Não vou mudar, esse caso não tem solução”!

Samuel noiva

por Daniel Amarhal
Fotos: Charles Naseh para Chic.