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A morte como arte!

julho 22, 2009

Semana passada, como nota-se no texto abaixo, fui visitar a exposição de Vik Muniz no Masp. Tendo visto caviar, brinquedos, poeira e cinza de cigarro transformados em arte as vistas já espreitavam uma nova experiência visual. Eu e meus amigos descemos ao subterrâneo da caixa de concreto de Lina Bo Bardi e nos deparamos com Terra em Transe, de Manuel Vilariño.

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A primeira impressão é assustadora. O fotógrafo, nascido em La Coruña, Espanha, tem o dom de te transformar no melhor dos seres humanos, pois é praticamente impossível sair da mostra com a cabeça no lugar, já que  os pássaros retratados por Vilariño estão amarrados em fitas de veludo, impertigados de penumbra e cor. Uma mistura de mistério e nonsense que arrepia.

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Uma das amigas não se deu ao trabalho de ver todas as fotos. Saiu da sala ao ver um pobre papagaio enrolado em fios de alta-tensão. Uma outra quis explicar como se faz uma apreciação artística e nos perguntou sobre quantas cores, elementos, proporções e afins víamos nas obras. Pelo ponto de vista poético você só consegue notar morbidez. Tratando a foto como chocante, é possível transformar a morte em arte, sim!

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E apesar de tudo, de todas as impressões surreais, Vilariño nada mais fez que retratar vida após a morte. Uma maneira um tanto audaciosa de falar de ressurreição, espiritismo; de mecher com nosso imaginário e fazer com que nós, reles mortais, artistas ou não, que deparamos com sua obra possamos não apreciá-la com agrado, mas sair da sala com a cabeça refrescada de idéias menos superficiais!

A quem interessar, a exposição fica em cartaz até 02/08.

por Daniel Amarhal
Fotos: divulgação!

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Vik Muniz, sim, o rei do POP!

julho 15, 2009

Passada a semana Michael Jackson versus Roberto Carlos, afoito por novidades que nunca chegam e respostas de entrevistados que nunca colaboram eu me vejo obrigado outra vez a falar de arte. Isso, claro, não me afeta. Não me destrói como fashionista e, muito ao contrário, me refestela como ser humano artista.

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Convidado de minha empregadora a visitar a exposição de Vik Muniz no MASP não hesitei em dizer não. Afinal, sou adepto de arte contemporânea (?!?). Fora o frio congelante das 18h no coração de Sampa e o desconcertante arrepio em outra expo no museu, chego à conslusão de que Vik Muniz, sim, é o rei do POP!

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A fila era absurdamente gigantesca quando cheguei e parecia ter duplicado na saída. Certo que terça-feira era dia de visita gratuita (digno isso!) e as pessoas afoitas ou não para conhecer de perto a eloquente obra de um brasileiro que tem memórias americanas como ponto de partida para suas obras.

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Ao cruzar a entrada que dá acesso ao salão já se nota a efemeridade de Vik, casado com a alemã Janaina Tschape, também artista. Da série de desenhos baseados em fotos históricas da revista Life aos traços quase pueris de objetos feitos com arame que muito me remetem a Leonilson, é visível uma massificação de poesia nas fotos. Vik vai além. Ora ele extrapola o tamanho de sua obra com fotos gigantescas, ora diminui sucatas surreais e fotogarafa por cima o que dá a intensão de um Narciso à beira de um lago, reinterpretando Caravaggio.

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Efeitos que causam arrepio de verdade. Afinal, quem pode imaginar que de cinzas de um cigarro ou de poeira um desenho de efeito significativo para nossa cultura americanizada sairia ileso a nossa vista cansada, acostumada a pinceladas grotescas de devaneio?

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Basta se deixar influenciar pelos diamantes que transformam Liz Taylor em diva ainda maior. Ou o caviar transformando Frankenstein em deus de uma maledicência comportada. Brincadeira de criança que se transformou em arte, dando-nos a possibilidade de criarmos universos particulares onde nem sempre o que é belo e nítido tem merecido desprezo!
Parabéns, Vik Muniz!

por Daniel Amarhal
Fotos: divulgação!

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Dhuo: seis anos de muito sucesso!

julho 10, 2009

Sempre comentei aqui e em minhas andanças sobre pessoas, objetos e marcas que amo e sigo fiel à elas. Muitas foram as vezes que falei de Alexandre e minha devoção às suas caveiras; Lino e seu barroco; Ronaldo Fraga e Sommer pelo universo lúdico que povoa a minha mente e Samuel Cirnansck pela feminilidade de suas roupas. Mas nunca falei tanto de uma marca como falo da Dhuo e isso nada tem a ver com o fato de ter me tornado o editor da mesma.

2O primeiro DhuoDrops, quando o H ainda não fazia parte do nome da marca!

Fui o primeiro blogueiro a comentar sobre as camisetas-panfleto que tanto sucesso fizeram na internet. E olha que isso já mais de cinco anos. Sinto-me um fiel escudeiro, um marinheiro audaz que, enfim, encontrou um porto onde atracar su navio. E esse porto, ainda bem, atende pelos nomes de Giuliano Mazeti e Leonam Dantas, que acreditaram na minha capacidade de transformar poesia em textos incendiários no blog de sua label.

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Hoje, 10 de julho de 2009,a Dhuo completa seis anos e me orgulho muito de fazer parte dessa trajetória já tão discutida aqui, de ter participado de momentos de pleno gozo para a marca que em 2003 apenas tinha como objetivo chamar a atenção de um público alternativo com camisetas abusadas.

verão 2009Verão 2009

Onde eu ía levava seu nome e continuo fazendo isso. Muito me emociona o fato de ter apresentado Dhuo a parceiros leais, como Preta Nascimento e Alexandra el Ghaoui, da loja uÓ do borogodÓ, que também acreditaram em mim e no grande poder de persuasão que a etiqueta tem.

4Jonas Maniezo, de top bofe a Representante Comercial. Na Dhuo é assim, a gente cresce!

Vestir Dhuo sempre foi um prazer. E hoje é a minha grande marca. É um vestir que acompanha o meu dia-a-dia, que aparece nas fotos que eu tiro, nos convites que recebo e que até engrandece os lugares onde frequento. E esse texto vem na hora certa, de uma maneira displicente e que só serve para afirmar que eu sempre tive razão e feeling, afinal, crescer mais de 300% em seis anos e estar na boca do povo não é qualquer um que consegue.

000Inverno 2009. A mais emocionante das coleções!

Mas, parafraseando Vinicius, “eu estou só começando”… e a Dhuo segue firme na estrada do sucesso!

BLOGGGG

PARABÉNS, Giu e Leo.

por Daniel Amarhal
Fotos: acervo pessoal Dhuo (Tk’s!)

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Aline Calixto não deixa o samba morrer.

julho 6, 2009

Como na música que Mariana Aydar canta em seu último álbum com Zeca Pagodinho, ” o samba me persegue”. Incrível como o estilo vem disseminando um alto teor melódico em todo lugar que passo. E toda vez que cismo de caçar novidades no Myspace me deparo com um intérprete de samba.

aline

Com Aline Calixto foi assim. De repente eu caí em sua página e me deparei com uma música deliciosa de ouvir. Para quem tem gosto refinado e sabe que o samba sempre tem vez na vitrola dos bem-aventurados.

O álbum de estréia da cantora saiu há menos de um mês e tem canções lindíssimas, belas declarações ao partido alto, ao samba-canção e  à batucada. Música para Iemanjá em Rainha das Águas e Oxossi em canção homônima. A música de trabalho é Tudo que sou, uma levada até engraçada com letra poética explicitando que Aline ‘não é de pegar sereno e se molha é na chuva de amor’.

Eu, claro, fico encantado toda vez que me deparo com uma raridade dessas. Não faço parte de um meio musical eletrônico e confesso que, muitas vezes, me envergonho disso. Não é vergonha da nossa música, que fique claro, mas receio por conhecer tanta gente que pouco entende os meus gostos musicais.
Quem sabe em um próximo desfile, depois de Marina de la Riva, Samuel Cirnansck leve o samba chique à passarela.

Enquanto sonhos não se realizam, dê-se a esse presente de doçura e encante-se também com a voz de Aline Calixto.
Clique aqui!

por Daniel Amarhal
Foto: divulgação!
Fonte/vídeo: Youtube

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Parabéns, Carol!

julho 6, 2009

Semana de bolo e guaraná intensa essa. Amanhã é dia de Pedro Lourenço; quarta quem assopra as velas é Mauricio Artista Ianês (amo!!!) , Pedro Viajado Palomino e o super promoter André Paschoal. Mas hoje, 06/07, quem ganha as nossas rosas e uma taça de Dom Perignòn é a gata Carol Trentini.

carol

Completando 22 primaveras, a nossa top estampa a capa da Vogue Brasil (já viu?) e esbanja charme e sensualidade nas fotos tiradas por Terry Richardson. ELA PODE e merece os nossos votos de felicidade.

Parabéns, Carol. Ainda mais sucesso pra você nesse special day!

por Daniel Amarhal
Foto: Eric Guillemain (divulgação!)

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Arte ao alcance de todos.

julho 2, 2009

Estive ontem na Mega Artesanal a passeio. Uma feira de artesanatos, onde criadores e criaturas se encontram pelos extensos corredores, recheados de madeira, decoupage, papéis, fuxicos e afins. Muita customização, muita pintura em tela e até performances pitorescas de um rapaz que se diz gogo-dancer-pintor.

PalominaPoliana, de Paulo Leonardo

Caretices à parte, em meio à tanta coisa comum, destaco as pin-ups de Elisandro Lima (aguarde um texto sobre ele!), garfos transformados em criaturas por Samuel Santos  e a arte reciclada de Paulo Leonardo que transforma pedaços de MDF em verdadeiras esculturas. Sem alterar as formas das sobras da madeira, o artista cria uma série de personagens e figuras que, muitas vezes, parecem poetizar o lixo. Um trabalho um tanto lúdico, sim, mas que tem lá as suas razões para ser chamado de ARTE com A maiúsculo. E o melhor: a preços acessíveis!

photo-3Família Feliz, de Samuel Santos.

A quem interessar saber mais, basta acessar o blog de Paulo e fazer contato. Vale à pena xeretar coisas bacanas!!!

elisandroPin-up make-up, Elisandro Lima

por Daniel Amarhal
Fotos: divulgação!

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O homem ideal.

junho 28, 2009

Numa overdose de mesmice fashion, cópias arquitetônicas da Balenciaga e etnias da Dior, só mesmo a moda masculina desfilada em Paris para salvar a minha verve nonsense de desejos comuns. Tendo em vista as coleções femininas desfiladas na SPFW e Fashion Rio, destaco o poder das saias transparentes de Maria Bonita Extra, os ombros volumosos de Alexandre Herchcovitch e zíperes partout na Huis Clos. Mas, ainda assim, muitas dessas peças viram fantasias na minha mente ululante, desejando que se tornem reais as expectativas de andar na rua e cruzar com uma mulher com as calcinhas à mostra e/ou cobertas por uma camiseta extra large rebordada de paetês.

Louis VuittonLouis Vuitton

Devaneios à parte, ando prestando muita atenção na moda masculina mesmo. E olha que isso é coisa rara, porque toda vez que um desfile começa eu nem consigo vê-lo até o final. Confesso que os homens me chamam mais a atenção que a roupa propriamente mostrada. Com o desfile da V.Rom foi ao contrário; olhei primeiro a alfaiataria, os brancos, os coletes. Depois é que fui enxergar as tatuagens do Matheus Verdelho (acreditem se quiser!)…

hermes 2Hermès

Mas a questão é que nenhum desfile me chamou tanto a atenção como o último da Louis Vuitton, desfilado na quinta-feira, 25.  Com uma profusão de shorts curtos (alô, alô Fábio Prado!) e calças com a barra virada propositalmente, deixando a meia aparecer com prazer _ Hermès também apostou na tendência.  As cores da LV são deliciosas, passeando entre amarelos gritantes e azuis confortáveis. Moda para um homem-dândi. Meu modelo de homem ideal. Mas, me diz, ele existe?

Louis Vuitton 3Louis VuittonLouis Vuitton 2

Se existe um, talvez não use skinny (Givenchy), adora um vestido-camisa  (Kris Van Assche) e usa sapatos estampados (Dries Van Noten). Além de se amarrar num belo foulard (Hermès) e usar casacos desabados e calças extra large (YSL).

dries van notenDries Van Noten

hermès detaislHermès

Louis Vuitton detailsLouis Vuitton

Imagens fortes não faltam na temporada pariense. E além de Louis Vuitton, Givenchy empolga com suas estrelas aparentes. Uma brincadeira fashion que pode até parecer ingrata, mas que ilumina as vistas de uma pessoa cansada de ver simples camisetas rasgadas na passarèlle! Gosto da idéia do tartan com dourados e das sandálias tacheadas, mas são os looks total white ou preto-e-branco que eu gosto mais. São mais fáceis, mais produtivos nessa nossa vibe anti-crise.

Givenchy 2GivenchyGivenchy

Descartando os sonhos, destaco agora o que é realmente desejável. Aposto em calças menos coladas ao corpo e camisetões. Além de acreditar piamente na força de sandálias masculinas. No mais, amo as proporções de Rick Owens (pena que minha altura não permite!) e a cartela de cores de Jean Paul Gaultier. Só acho uma pena não encontrar homens assim, tão bem vestidos, nas ruas.

Rick OwensRick Owens

jean paul gaultierJean Paul Gaultier

Fazer o quê? Nem tudo é perfeito!

por Daniel Amarhal
Fotos: Marcio Madeira para MenStyle

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Michael is in the air!

junho 27, 2009

Semana agitada essa, não?

Abomino um clichê, mas é impossível passar batido (mesmo com o coração sentindo a perda de uma avó emprestada!) à morte de Michael Jackson.

michael

Quando li os comentários dos amigos no Facebook corri até a primeira página da Uol para ter certeza. Li no NYT, mas a vinheta do Jornal Nacional noticiava que ainda não era certa a notícia. Daí eu até respirei.

Mas uma profusão de vídeos do astro era linkada a todo instante no site de relacionamentos. Pessoas inconformadas com a brutalidade do fato. Confesso uma certa irritação. Afinal, MJ quase nunca era citado por lá. Bastou morrer para virar santo? _eu pensei…

Daí é que me enganei. Um mito nunca morre! E Michael Jackson fez parte da adolescência e descoberta de muitas pessoas, inclusive da minha. Nasci um ano depois de seu maior sucesso de vendas, Thriller, ser lançado e me recordo de quando meu irmão colocava o video e/ou o disco para tocar e eu corria de medo daqueles zumbis.

thriller

Vivi uma adolescência regada a Spice Girls, No Doubt, Aerosmith, Bon Jovi, Titãs Acústico MTV, muito Jagged Little Pill de Alanis e Malandragem de Cássia Eller. De Madonna eu ouvia só os clássicos, mas gastava fortunas com revistas importadas quando ela era a capa; meu vídeo preferido até hoje é The power of goodbye, que nem é tão classuda assim, mas… Depois desse, a musa, para mim, não tem mais a mesma importância… mas isso é assunto para outro post!

Michael Jackson nunca foi motivo de comentário algum de minha parte. E não porque eu não gostasse dele. Sempre fui tão ligado à música brasileira que numa fase de vício da Mtv eu mudava de canal quando qualquer foreign sound começava. Mas algumas coisas, ainda assim, eram eternas. Caso da imagem de MJ cantando Black or white.

Amava quando começava o clipe e eu aumentava a Tv até o último volume para dançar com ele. Era tão intensa a minha dança que em pouco menos de 5 minutos eu estava todo suado e cansado… porém, com o espírito evoluído e atingindo um grau de malemolência que nem quando eu frequentava baladas até as sete da manhã eu conseguia…

Michael se foi. Fez, sim, coisas inacreditáveis. Mas eu hoje prefiro lembrar daquele cara negro, de calças pretas com meia branca, que dançava muito e que, certamente, nunca mais vai alegrar multidões!

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Que sua dança alegre os céus e que sua música seja sempre uma lembrança boa no coração de seus fãs.

por Daniel Amarhal
Foto: divulgação!
Fonte/vídeo: Youtube

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SPFW: O importante é que emoções eu vivi!

junho 25, 2009

Não dá, tentei de todas as maneiras me ausentar da moda. Fugir pela tangente de um assunto que permeia a minha veia todo santo dia.
Confesso que fico triste, doente mesmo, quando um evento está acontecendo e eu não o acompanho. E não é diferente com o São Paulo Fashion Week.

André Lima

Lembro-me que as minhas primeiras passadas dentro da Bienal, onde acontece o evento, foram leves; era como se eu quisesse respirar cada segundo de moda naquele ambiente e sugar para meu cérebro todas as informações. Eu pagava micos homéricos (já dei presente para a Costanza e até escrevi uma cartinha para o Marcelo Sommer!!!) e nem me dava conta de que fazia papel de idiota.

Gloria Coelho

Mas o tempo, claro, passou. Ainda cumprimento algumas pessoas, faço tietagem com quem merece (Vitor Angelo, por exemplo!) e sorrio displicentemente para poucos (Patricia Cazé e Manu Carvalho são poços de educação!).

Daí que minhas unhas estavam prestes a sumir quando decidi visitar a 27ª edição do evento mais badalado da moda brasileira. Acompanhei todos os desfiles, vi todos os videos pela internet e me corroía por dentro, querendo estar lá respirando o mesmo ar que o Gil França e a Paula Reboredo (críticas sensatas de todos os desfiles, sem palpites exagerados, para o site de Erika Palomino).

V.Rom

Cheguei tímido no sábado e fui assistir Erika Ikezili. Do ponto de vista de um lojista eu olhava cada look e já imaginava uma vitrine, uma cliente da loja uÓ do borogodÓ (Multimarcas santista que vende as peças da estilista!) vestida com aqueles plissados, vestidos-origamis já tão famosos nas coleções de Erika. 

Erika Ikezili
Tendo em vista o olhar crítico de quem lê sobre moda desde os 13 anos (tenho 25!) eu repenso cada detalhe do desfile apresentado ao som do Yeah Yeah Yeahs, uma música classuda, diga-se. Bailarinas eram o tema da coleção e estas trajavam tecidos leves, golas plissadas e recortes muito bem pensados, mas que cansam as vistas de quem tem sede de novidades.

Erika Ikezili é profundamente ligada às suas raízes nipônicas e isso é visto a olho nu em suas peças. Mas daí transformar isso em ponto de partida para todas as coleções pesa um pouco. Claro que a estilista não pode de uma hora para outra trocar confetes por serpentina e querer, de repente, fazer malharia. Sua roupa tem a cara de sua cliente, mulheres antenadas. Mas, sei lá, anseio uma novidade que pode estar guardada na manga.
Desfile acabado, passeio rápido pela Bienal. Deixo as compras para o domingo.

Erika

Passada a sede de estar no Ibirapuera eu volto para o showroom da Dhuo. Fui trabalhar… buscar inspirações para textos que vão vir logo.

O domingo chega e a Bienal está mais cheia. Dia de Cavalera, Neon, Ronaldo Fraga. Acompanho uma amiga e apresento o mundo da moda à uma outra que escolheu o assunto como trabalho de conclusão de curso na faculdade de arquitetura. Curvas de Niemeyer e bordados de Lino Villaventura se dão as mãos.

Compro a revista Mag! e me deixo influenciar por cada foto, por cada editorial que dessa vez vem em DVD para assistirmos na TV; luxo dos luxos que chega a prender o ar.
Na pop-up store do evento são as obras do artista Mozart Fernandes que me enchem os olhos. Dá vontade de levar todos os seus trabalhos em carvão para casa. Sem contar que dá vontade de ficar horas e horas conversando com ele e sua escudeira fiel Monica. Dois artistas, dois seres lindos, duas almas iluminadas.

mozart fernandesEspaço Vértices na Pop Up Store, com obras de Mozart Fernandes
Foto: divulgação!

“Mas e os desfiles? O que você achou”? _  pergunta uma amiga.

Gostei de algumas coisas, me emocionei com outras e tenho receio de comentar sobre vários. Reinaldo Lourenço foi lindo. Osklen empolgou e Gloria encantou! Usei o Facebook durante os três primeiros dias e alfinetava sempre alguma coisa, caso do desfile desnecessário da Cia. Marítima e a nova coleção da Forum (sem) Tufi Duek que ainda guarda o ar do estilista. Já a Colcci dessa vez injetou um certo desejo, mas eu não gosto do jeans do final e nem da imagem de Gisele com faixa na cabeça.

Reinaldo Lourenço

Maria Bonita fez, sim, um desfile bonito. Mas, contrário a Gloria Kalil, acho o xadrez desnecessário no verão da marca. Quanto à Huis Clos, acho que se tivesse desfilado antes do feminino de Alexandre eu não teria visto as mesmas referências. Aliás, Herchcovitch deu banho de inovação e voltou a ser aquele estilista de que tanto gosto e trabalha o látex como ninguém. É claro que todo mundo que assistiu ao mise-en-scène ficou bestificado com a coleção e a trilha sonora que causava arrepios, mas que tinha um quê de Dolce & Gabbana, tinha!!!

Alexandre

Mas como o importante é que emoções eu vivi destaco o lindo desfile franco-cubano de Samuel Cirnansck. Teatral sem pesar, o nosso Galliano brasileiro trouxe o universo de Aleida Averhoff de la Riva para a passarela e misturou Edith Piaf e Marina de la Riva numa trilha de cortar os pulsos, obra de Jackson Araújo.

Marina de la Riva para Samuel Cirnansck

Assistindo ao desfile, custei a perceber que a própria Marina deslizava na passarela com um vestido curto e esvoaçante com estampa pincelada. Não sei se foi a emoção de ver minha musa ou Ne me quite pas rolando, mas me causou tanta emoção que até a fala eu perdi!

Samuel

Samuel pode ser tachado de cafona por fazer noivas e mostrá-las na passarela. Mas é um estilista que tem potencial criativo e sabe como transformar desejo em realidade. Depois de assistí-lo nem percebi as roupas de André Lima, ainda mais quando a voz de Bethânia me teletransportou para meu universo particular, onde só o que é arte salva. Fazer o quê? “Não vou mudar, esse caso não tem solução”!

Samuel noiva

por Daniel Amarhal
Fotos: Charles Naseh para Chic.

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Top 10 Fashion Rio: moda masculina.

junho 11, 2009

Celeiro de feminilidade, a moda tem focado muito pouco sua atenção aos homens. Ainda que metrossexuais se assumam é preciso uma certa paciência na hora de escolher o look certo, a griffe preferida.

Auslander coresCores que me aquecem na Ausländer

No Fashion Rio só R.Groove e Butch desfilaram coleções exclusivamente masculinas. A primeira apostou numa alfaiataria precisa, com coletes e terninhos bem bacanas. Enquanto a outra, label de Juliano Corbetta, trouxe sunguinhas-delírio para a passarela, apostando em modelos ousados enfeitados com lacinhos. 

r grooveColete-sensação R.Groove

Algumas marcas misturaram seus homens às mulheres e apostaram em peças mais confortáveis como a bermuda saruel (Totem) e o jeans degradè(Redley). Entre shorts curtíssimos e cores quentes (Ausländer) e bermudas de cetim (Melk Z-Da) o que se nota mesmo é o abandono da skinny, que dá lugar a calças largonas (TNG).

tngMacacão-desejo TNG

Querendo já antecipar meus desejos para a próxima estação selecionei o que mais gostei entre os looks masculinos. Vejam só:

butchSmoking de neoprene Butch já é hit!

RedleyBermuda com camisa eu já uso, agora jeans sobre jeans vou apostar! Redley

TotemBermuda saruel Totem é obrigação!

AuslanderVisual Dândi-C0ragem Ausländer que eu amo!

melk zdaJaqueta trabalhada e bermuda saruel em cetim Melk Z-Da. Fofuras corajosas!

redley 2Cardigã Redley para os dias frescos.

Totem 2Bermuda-clochard Totem, item indispensável!

por Daniel Amarhal
Fotos: Charles Naseh para Chic